segunda-feira, 30 de abril de 2012

Docapesca Algés a contestação continua




Na sequência da desactivação da DocaPesca de Algés que para muitas famílias significou a ruína e falência das pequenas empresas familiares que viviam á volta do peixe, para outras a deslocação de negócios e instalações empresariais sem qualquer tipo de indemnizações por alegado interesse publico do Estado.
Interesse publico é algo umas vezes é usado abusivamente e sem se ter o mínimo de bom senso como é este caso, outras em que o interesse publico é bloqueado por 20 metros de terreno como é o caso da saída da CRIL para Algés que continua encerrada por o proprietário exigir a bonita soma de 5 milhões de euros para disponibilizar os 20 metros de terra.
Quero aqui relembrar que a DocaPesca foi precipitadamente encerrada e mudada á pressa para a Trafaria, para instalações sem as mínimas condições, supostamente por Lisboa se ter candidatado á realização das regatas America´s Cup em 2007. Ora por cá antes de se saber se iríamos ou não receber as regatas já se corria apressadamente com as empresas, barcos de pesca com os respectivos pescadores e tudo que foi apanhado pelo caminho, em Espanha, acordou-se com os pescadores que apenas se fosse atribuída a realização das regatas aquele país se faria a mudança.
Vou deixar o relato desta atribulada historia a que de direito e sabe bem desta questão o sr Carlos Filipe com o seu artigo.



Lisboa quer ter peixe sobre a mesa mas não gosta de barcos na margem

Há nove anos que os pescadores receberam ordem de despejo de Pedrouços e promessas de construção de um porto de pesca, mas que tarda em se concretizar

Os profissionais questionam: então, e a pesca?, deixou de ser uma figura tradicional de Lisboa? Há nove anos que o fazem, desde que encerrou a Docapesca de Pedrouços, transferida para o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa, já no concelho de Loures. O interesse nacional pela realização de uma prova de vela forçava-os a sair. O projecto falhou e os homens do mar e do rio por lá ficaram. A pouco mais de um mês de novo interesse público declarado por outra prova de vela, ainda lá estão. E ainda em luta.

Agarrados à vedação de arame da Administração do Porto de Lisboa (APL), sob o viaduto em Algés, à vista dos passageiros da linha férrea, as tarjas de pano pintado denunciam sinais de longa reivindicação: "Roubaram-nos o porto de pesca; secretário de Estado ignora as pescas; mais miséria; pesca e vela, vela e pesca – sim; não entendemos esta falta de respeito quando o país mais precisa."

Ao fundo, agora mais um grande terrapleno, na fronteira territorial entre Lisboa e Algés, as máquinas avançam com os trabalhos, orçados em 3,9 milhões de euros, dos dez milhões anunciados pelo anterior Governo como investimento para a requalificação do espaço e a sua transformação em marina de recreio. O antigo porto de pesca é uma miragem. Boa parte dos edifícios já foi demolida.

 

A construção naval, a navegação, as Descobertas, são pedras basilares da tradição náutica portuguesa. E Lisboa teve o seu papel na epopeia. Mas se também a cidade portuária dela sempre fez parte, com maior ou menor dimensão do seu porto de contentores, a actividade piscatória é importante actividade económica para a capital, ou não tivesse sido, segundo dados oficiais de 2011, o segundo local em volume de descarga de pescado mais importante do país, logo depois de Matosinhos.

Como pode ser assim se não tem um porto de pesca? "Com todo o esforço e com a continuada luta dos pescadores, que há muito reclamam o que lhes é de direito. Se aqui ainda estamos [na doca de Pedrouços] é porque é nossa, nós pagámo-la com os nossos impostos. E só dela saímos quando nos derem a garantia de que teremos o porto que nos têm prometido", diz Joaquim Piló, do Sindicato Livre dos Pescadores e Profissões Afins. 

 

É no pequeno edifício cercado por máquinas, dir-se-ia que uma ilha daquele espaço também histórico, onde se descarregava e comercializava o peixe [pela Docapesca], que o antigo pescador, na Mauritânia, do bacalhau na Terra Nova, vai ficando com aspereza na voz: "Fomos novamente recebidos pela APL para combinar a nossa saída daqui, para encostarmos numa doca em Santos, diante dos restaurantes que não nos querem lá, que não tem boas condições, sem dar garantias de segurança de embarcações e dos pertences dos pescadores e os apetrechos da pesca. Fá-lo-emos enquanto durar a prova de vela [a Volvo Ocean Race, em escala entre 31 de Maio e 10 de Junho], mas voltaremos se não responderem ao nosso caderno reivindicativo." 


 

"Só promessas"

O sindicalista vai discutir o assunto com o secretário de Estado do Mar no próximo dia 18. "Exigimos garantias de que vai ser feito um porto de pesca em Paço de Arcos, como foi prometido", acrescenta Joaquim Piló. O Conselho de Ministros decidiu, em 2003, que teriam de sair dali para que se pudesse preparar o espaço para receber a prova America's Cup, associada a um projecto turístico- -imobiliário, naturalmente ancorado na componente náutica. "Perdemos para Valência [Espanha]. E sabem os portugueses o que lá fizeram? Os espanhóis não só fizeram a prova como construíram um porto de pesca. Aqui, nada, só promessas. Então do ministro [José Luís] Arnaut. E destruíram isto tudo. A lota era bem-sucedida, dava milhões à Docapesca, que tinha segunda venda - a primeira para os pescadores, até à meia- -noite, depois para a Docapesca. Até a Escola de Pesca foi desmantelada, que tinha todas as valências, até dormitório. Agora há o For-Mar, apenas um sucedâneo."

Sem poder descarregar o pescado em Pedrouços, a venda da frota de Lisboa, com cerca de 300 embarcações, envolvendo mais de 700 homens, tem de ser feita na Trafaria ou em Cascais. "Foi um prejuízo enorme para a Docapesca e os pescadores, e também se gastou muito dinheiro na Trafaria, que não tem condições", lamenta Joaquim Piló, acrescentando que se chegou a pensar em fazer o porto naquele local, abaixo dos silos, mas que terá ficado reservado para contentores. 

 

Em resposta ao PÚBLICO, a APL esclarece que foi "em função de determinações governamentais de há dois anos, num processo articulado com a Direcção-Geral de Pescas e acompanhado pelos representantes dos pescadores, que foram preparadas alternativas, como o abrigo de pesca em Santos, já prontas para os acolher, e a melhoria das condições de atracação e guarda de aprestos na Trafaria e na Cova do Vapor". E adianta que também está em estudo de viabilidade de um porto de pesca em Paço de Arcos.

A APL explica ainda que a construção de uma nova infra-estrutura ultrapassa as suas competências, já que "o compromisso assumido foi o desenvolvimento daquelas acções, assim como a construção dos melhoramentos na Cova do Vapor e da Trafaria, o primeiro em 2012/2013 e o segundo a partir de 2014".

O secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, numa nota à comunicação social, em 21 de Março, fez saber que sempre houve a preocupação de "assegurar as condições de trabalho dos pescadores", daí as obras realizadas no porto de abrigo de Santos e os melhoramentos das condições do porto da Margem Sul, da Trafaria e da Cova do Vapor, estando igualmente a ser estudada a possibilidade de realizar um porto em Paço de Arcos [concelho de Oeiras]".

Segundo especifica, o novo porto seria junto das actuais instalações de pesca e integrado com a marina de recreio que a autarquia prevê para a zona, no Plano Director Municipal. "Estão feitos os estudos-base, hidrográficos e geotécnicos, e está a ser revisto lay-out geral, face aos resultados obtidos", conclui.

Mais duas marinas

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, anunciou na terçafeira, citado pela agência Lusa, que a autarquia conta construir "duas novas marinas, uma na Cruz Quebrada - investimento privado - e outra em Paço de Arcos, investimento autárquico, e que pretende ir ao encontro da elevada procura", acrescentando que o objectivo é dotar o concelho de infra-estruturas que possam receber grandes eventos desportivos internacionais.

Um dia depois, Paulo Vistas, vicepresidente da autarquia, na apresentação da Volvo Ocean Race, também destacou o potencial do turismo náutico para o concelho. O vereador do Desporto, segundo a Lusa, admitiu o interesse de Oeiras em implantar uma marina para iates de grande porte junto ao terrapleno de Algés: "Estamos a desenvolver um estudo com a APL de ocupação da área entre a Torre dos Pilotos e os Fermentos Holandeses e Alto da Boa Viagem."

O representante dos pescadores já assumiu que a hipótese de parte da frota de Lisboa - perto de 60 embarcações que se acolhem em Pedrouços - ficar sediada em Paço de Arcos seria bem acolhida, desde que de forma permanente e em condições. "Mas o melhor mesmo era ficarmos onde estamos, pois a actividade piscatória nunca foi incompatível com o recreio. Nós convivemos bem com a náutica de recreio e nunca estivemos contra a regata. Mas se não querem a pesca em Portugal, se só querem iates, acabe-se com ela. Depois, não venham é dizer que não há peixe suficiente."

Planos estratégicos contemplam três áreas portuárias adaptadas para fruição pública

Os documentos estratégicos para a adaptação das zonas portuárias para fruição pública, aprovados pelo executivo de Lisboa em Maio de 2011, definem as linhas de orientação camarária para as áreas que passaram para a gestão integrada do município e da Administração do Porto de Lisboa (APL). Os planos não estabelecem um programa definitivo, mas a eles ficarão vinculados os futuros concessionários da Doca de Pedrouços e Cais de Santos, e ainda para um terceiro corredor ribeirinho, no Poço do Bispo, no novo enquadramento proporcionado pelos projectos desportivo e urbanístico, seja a regata seja os planos de pormenor para os Aterros da Boavista (nascente e poente).

No caso de Pedrouços, para o qual a APL conta lançar concurso para a concessão da futura Marina do Tejo ainda este ano - beneficiando o futuro concessionário com as intervenções já feitas para o acolhimento do evento náutico -, a Câmara de Lisboa prevê importantes alterações viárias, seja a substituição do viaduto metálico de Pedrouços por microtúneis seja a ligação sob a linha férrea entre a D. Carlos I e a Avenida de Brasília.

A fruição pública pressupõe a criação de inúmeras zonas verdes e acessos cicláveis, pedonais ou rodoviários, rotundas e parqueamentos, em silo ou à superfície. Se o anterior projecto da APL para Pedrouços - então na embalagem da America's Cup - previa uma forte componente imobiliária, turísticoresidencial, desta vez o documento estratégico segue já os parâmetros estabelecidos pela proposta de revisão do Plano Director Municipal (que aguarda aprovação pela assembleia municipal), e os usos que ali podem ser admitidos limitam-se ao comércio, cultura, investigação, equipamentos, desporto, pesca, actividades náutico-turísticas e náutica de recreio.

Não são admitidos usos industriais, habitação e logística que não sejam associados às actividades náuticas, designadamente à náutica de recreio e desportiva, à pesca e às actividades marítimo--turísticas, uma porta francamente aberta à construção hoteleira. Todavia, segundo a APL, a fim de respeitar o programa de uso e os parâmetros urbanísticos definidos e o programa e modelo de negócio do concessionário que vier a ser seleccionado, será feito um concurso de ideias para projecto urbano daquele espaço.

O júri do concurso de ideias integrará, para além do Porto de Lisboa, representantes das autarquias de Lisboa e Oeiras e representantes de outras entidades, à semelhança do que ocorreu para a Gare do Terminal de Cruzeiros, em 2010.

Segundo a APL, para a envolvente da doca o índice geral de ocupação ficou estabelecido em 0,7 m 2 de construção (por cada m 2 de terreno). De imediato, a APL já se encarregou da demolição dos edifícios, aqueles que, após avaliação conjunta com as autarquias de Lisboa e de Oeiras, foram considerados sem interesse arquitectónico para recuperação, procedeu à dragagem de manutenção da doca, que ficou com cota de serviço de 4,5 metros (ao zero hidrográfico) e à recuperação dos molhes que apresentavam danos estruturais

Mário de Sampayo Ribeiro acerca da topomínia de Algés 1936

Publicamos hoje as paginas 33 e 34 da conferencia "Da Velha Algés" de Mário de Sampayo Ribeiro 1938 na parte "Aditamento" uma quanto a mim excelente opinião sobre a temática da topomínia da Algés
  Mário de Sampayo Ribeiro tem uma visão clara e bem fundamentada sobre o assunto apesar de na mesma obra referir que :




Partilho dos pensamentos deste autentico mestre da historia local e penso que todos (ou muitos ) de vós irão partilhar da mesma opinião após a leitura das linhas que se seguem, a parte final do texto estava quase ilegível como podem constatar abaixo pelo que transcrevemos o texto na integra na legenda da fotografia.



Sim porque eles chamaram Alfama (fonte quente) a um sitio onde havia nascentes de águas térmicas, deram o nome de  Alcantara (ponte + palavra não legível no texto) local em que a ribeira era transposta por famosa obra de engenharia que chegou visível quasi a nossos dias. denominaram de Borratem (poço da Figueira) a um ponto onde havia uma arvore tão notável que os Portugueses também a imortalizaram na sua linguagem dando o nome de "praça da Figueira" a um largozinho das imediações e para ensaboarem o juizo aos leigos como eu iam chamar Algés gipso a um lugar onde ainda hoje gesso só existe nas drogarias e nos estuques das casas Ora o diziam eles !...

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O Visconde de Algés








Escudo de armas do Visconde de Algés

Azevedo: esquartelado: I e IV - de ouro com uma águia de negro estendida, armada de vermelho; II e III - de azul com cinco estrelas de cinco raios postas em sautor, bordadura cosida de vermelho carregada de oito aspas de ouro; Elmo de prata a 3/4 tauxeado de ouro e forrado de vermelho; virol e paquifes de ouro e negro; Timbre: coronel de visconde; correias de negro perfiladas de ouro. Tachões de ouro.  Este título foi criado por D. Maria II, de Portugal por Decreto de 19 de Agosto de 1835.



1º Visconde de Algés





O primeiro titular do título de Visconde de Algés foi José António de Sousa Azevedo (18 de Agosto de 1796 - 3 de Março de 1865). Era filho do desembargador Manuel Tomás de Sousa Azevedo O título foi outorgado pela rainha D. Maria II por decreto de 9 de Março de 1839.

Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu vários cargos ao longo da sua carreira, nomeadamente: desembargador da Relação do Porto, superintendente dos Foros da Ajuda e Intendente-Geral de Polícia, em 1833. Militou no partido cartista e foi deputado em todas as legislaturas, excepto na constituinte de 1837. Foi tambem redator da Gazeta de Portugal, 

Depois da restauração da Carta Constitucional, Costa Cabral confiou-lhe a pasta da justiça; apresentou então um projecto de organização judicial. Depois do golpe de Estado de 6 de Outubro de 1846, desempenhou o cargo de Ministro da Fazenda.

Foi agraciado com o título de Visconde de Algés, em duas vidas, por Decreto de 9 de Março de 1839, de D. Maria II.




encontrei referencias ao 1º Visconde de Algés na obra




e na obra





2.º visconde de Algés 
Augusto Carlos Cardoso Bacelar de Sousa Azevedo, 2.º visconde de Algés (1827)

Pais
Pai - José António de Sousa Azevedo, 1º visconde de Algés
Mãe - Mariana José de Vasconcelos Cardoso Moniz Bacelar
Casou em  09.02.1863 com Maria Madalena Pessoa de Amorim da Vargem
Filhos - Carlos Augusto Pessoa de Amorim de Sousa Azevedo
José António Maria de Sousa Azevedo, 3º visconde de Algés 

José António Maria de Sousa Azevedo, 3.º visconde de Algés (1866)

Pais
Pai: Augusto Carlos Cardoso Bacelar de Sousa Azevedo, 2º visconde de Algés* 02.12.1827
Mãe: Maria Madalena Pessoa de Amorim da Vargem
Casou em 24.07.1890 com Cristina Laura de Oliveira Verde
FilhosMaria de Lourdes Cristina Verde Cardoso Bacelar de Sousa Azevedo
 Nuno António Giraldes de Noronha da Costa


Após a implementação da República e o fim do sistema nobiliárquico, tornou-se pretendente ao título Nuno José de Sousa Azevedo de Noronha e Menezes da Costa (1928)
Referências Redacção Quidnovi, com coordenação de José Hermano Saraiva, História de Portugal, Dicionário de Personalidades, Volume XI, , Ed. QN-Edição e Conteúdos,S.A., 2004

É muito fácil ser-se atropelado em Algés


Ainda na semana passada presenciei um atropelamento nesta dita passadeira, uma vez que esta situação é recorrente á anos não se percebe como ainda não foi assinalada como um ponto negro da circulação automóvel em Oeiras, não há a mínima duvida de que algo terá de ser feito com urgência uma vez que estamos numa localização próxima de três creches e uma Escola primaria/infantário privada. Encontrei este artigo muito bem redigido no Jornal da Região que penso que é bem claro quanto ao problema aqui existente.

Ver edição completa
Velocidade na Avenida dos Bombeiros Voluntários de Algés ‘arrepia’ peões Ao longo da Avenida dos Bombeiros Voluntários, em Algés, é fácil encontrar, por entre moradores ou comerciantes, quem haja escapado por pouco a um atropelamento ou saiba de alguém que foi, de facto, vítima do intenso e veloz tráfego rodoviário naquela artéria, muito procurada por dar acesso a importantes vias como a A5 ou a Marginal. Os sustos são diários, geralmente nas próprias passadeiras, não poupando novos ou velhos, embora estes últimos sejam mais vulneráveis.Ocaso mais recente foi o de uma jovem, mas Cremilde Martins, de 74 anos, lembra-se de “um senhor arquitecto que faleceu ali ao fundo, uma senhora que partiu uma perna… ao meu marido, apanharam-lhe um sapato!”. A população da zona já fez abaixo-assinados e ‘e-mails’ endereçados à Junta de Freguesia e à Câmara Municipal, mas até agora sem resultados concretos. No entanto, basta passar alguns minutos a observar a forma como circulam as viaturas naquele quilómetro de asfalto para se perceber, claramente, que só por milagre os danos humanos não são ainda maiores. A Câmara reconhece a sua perigosidade, pois, segundo revelou ao JR a vereadora Madalena Castro, “estava previsto para este ano o lançamento de um concurso público destinado à colocação de semáforos redutores de velocidade em várias vias do concelho, incluindo naquela avenida de Algés”. Todavia, não houve luz verde para avançar. Razão: a crise financeira do município e do país “atropelou” o referido concurso… “A Câmara tem em desenvolvimento um projecto para a requalificação daquela via, o qual estava a ser coordenado com a duplicação da Ribeira de Algés naquela mesma zona urbana, que é uma obra para 10 a 12 milhões de euros”, explica a vereadora, dando a entender que não valeria a pena fazer alterações na via antes de se avançar com aquela outra empreitada, de maior dimensão. “O município comprometeu-se a financiar metade dessa obra e a Administração Central arcaria com a outra metade; estava previsto que o projecto ficasse pronto até ao final deste mandato para ser lançado concurso a seguir, mas a verdade é que não estamos a ver que o Poder Central possa avançar com a sua parte do investimento”, adianta Madalena Castro, numa alusão às actuais "dificuldades na disponibilização de verbas e financiamento”. Os moradores é que não se conformam. Um dos mais inquietos é Luís Paulino, que desde 2006 vem chamando a atenção de diversas entidades, a vários níveis do poder político e administrativo, para as ratoeiras lançadas aos peões na Avenida dos Bombeiros Voluntários. “Têm havido imensos casos!”, garante. Ele próprio é um sobrevivente, pois só não foi colhido, no passado dia 8, na passadeira existente junto a um supermercado, “por uma unha negra”. Mas, no dia seguinte, outro cidadão teve menos sorte, noutra passadeira, acidente a que Luís Paulino assistiu e que motivou a presença de bombeiros, polícia e INEM. Os moradores propõem a colocação de semáforos redutores de velocidade (em que a luz passa a vermelha quando ultrapassado o limite permitido – 40 km/hora), a colocação de lombas, e o reforço das placas com indicação do limite de velocidade. “Isto não pode continuar assim, a avenida está transformada numa pista onde se fazem velocidades de 80 e mais km/hora. É muito fácil ser-se atropelado aqui. Quantas mais vítimas têm de haver?!”, indignam-se os queixosos. Para Francisco Nunes, o problema é estrutural. “Aos olhos de quem não mora cá, a avenida parece uma recta que convida a acelerar, mas quem mora aqui sabe que esta é uma zona residencial, cheia de gente, com muitos carros a estacionar em segunda fila, autocarros a parar e arrancar, inversões de sentido…”. As consequências deste paradoxo podem causar arrepios. “Já tive aquela sensação horrível de ficar parada ameio da passadeira porque o carro da primeira faixa parou, mas o da outra a seguir passou a uma velocidade incrível, só fica aquela ventania e a impressão de que não se morreu por muito pouco”, testemunha Isabel Pereira, adiantando que, além do mais, não é fácil usar a “zebra”, pois“passam seis ou sete carros e nem reparam, ou então ainda mandam vir se a gente chama a atenção”…

Publicada por Jornal da Região

Duas novas fotografias de Algés em finais dos anos 30

Decidi partilhar por esta via estas duas novas fotografias descobertas recentemente num baú de um antigo residente em Algés que pretende manter o anonimato, são dois registos de boa qualidade que nos dá uma perspectiva diferente da zona da futura rotunda de Algés.


é de notar nesta fotografia a linha do eléctrico a passar mesmo junto á marginal (que ainda não se chamava assim), será deslocada quando da construção do Bairro Soares para o traçado que tem hoje; o edifício á direita ainda existe hoje apesar de varias vezes restaurado e a praça de toiros de Algés ao centro (já desaparecida)

os três edifícios que se vêm ao fundo á direita, ainda existem hoje e são na rua Afonso Palla á direita destes edifícios temos o  Palácio da Conceição  que foi construído por cima do forte de Algés (ou da Nossa Sra da Conceição) e que é hoje uma urbanização moderna que nada tem a ver com o seu traçado antigo e recheado de historia.
De notar ao fundo á direita os vagões de mercadorias estacionados, a linha de caminhos de ferro estava praticamente junto ao rio Tejo, seria feito um aterro mais tarde para o deslocamento da linha 50 metros para Sul.  Do lado direito vemos a antiga estrada militar mais tarde chamada de circunvalação (local hoje ocupado pela CRIL)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Parque urbano de Miraflores um olhar diferente



Tive acesso a uma nova perspectiva fotográfica do Parque urbano Francisco Caldeira Cabral em Miraflores e achei que deveria partilha-la convosco por esta via, é de facto um olhar diferente para uma paisagem que encontramos frequentemente, eu gostei imenso e vocês?





quarta-feira, 25 de abril de 2012

Estaleiro de apoio á construção da ponte Salazar na praia de Algés

estaleiro da
Morrison/Knudsen em Algés, pode ver-se por trás da placa um dos gigantescos caixões metalicos que irão servir para sustentar a ponte 


Só no ano de 1953 é que o Governo português cria uma Comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Rio Tejo.

Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidem oficialmente a construção de uma ponte. No ano seguinte, é aberto um concurso público internacional, para que sejam apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu no ano de 1960, a obra é adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em 1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.

A Ponte Salazar - 1966


A 5 de Novembro de 1962 iniciam-se os trabalhos de construção e é montado o estaleiro da Morrison/Knudsen em Algés. A partir da praia de Algés será canalizado quase todo o material que teve de ser deslocado por via marítima como por exemplo os gigantescos caixões metálicos que servirão de base á ponte, foi de facto um estaleiro importantíssimo para a construção dando assim Algés o seu contributo a uma das maiores obras de sempre efectuadas em Portugal.
Temos noticia de que este estaleiro esteve pelo menos 3 anos na praia de Algés.

Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo é inaugurada (seis meses antes do prazo previsto), cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades portuguesas, das quais se destacam o Presidente da República, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, o Presidente do Governo, António de Oliveira Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, passando a ser chamada Ponte Salazar.

O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inflação, a perto de 11 milhões de euros.

1962 e 1966 Draga utilizada na construção da ponte Salazar, junto a Algés

1962 e 1966 Materiais destinados à construção da ponte Salazar

1962 e 1966 Materiais destinados à construção da ponte Salazar








1962 e 1966 Pontão destinado à construção da ponte Salazar

1962 e 1966 Pontão destinado à construção da ponte Salazar



1962 e 1966 Torre utilizada nos trabalhos para a construção da ponte Salazar1





sexta-feira, 20 de abril de 2012

“O Cisne”




 No dia 1 de Janeiro 2009 foi inaugurada a escultura “O Cisne”, da autoria do Escultor Espiga Pinto, no Parque Urbano Professor Francisco Caldeira Cabral, em Miraflores, freguesia de Algés, esta inauguração fazia parte das comemorações dos 250 anos do Município

O Cisne” consiste numa peça em bronze, que representa esta ave, símbolo do concelho de Oeiras, aliando ‘O Cisne Branco Luminoso’ – símbolo de longevidade – ao ‘Ovo Cósmico’, numa homenagem à ‘Cósmica Vida’.

O cisne simboliza a luz, a pureza e a graciosidade - importante para o Concelho uma vez que a atribuição do Foral (1759) ocorre em pleno período do Iluminismo. Representa, ainda, o espírito claro e límpido do homem, bem como a beleza – dadas as linhas esbeltas – e a nobreza.




Ora até aqui tudo bem caso não representa-se um investimento municipal na ordem dos 93 mil euros em dinheiros camarários e que a construção de sapata e de estrutura metálica de suporte à escultura colocada no Parque Urbano Prof. Francisco Caldeira Cabral, em Algés pela empresa Viesa – Vias e Saneamento, Lda descrita no doc 0014/DAE/DEV/08 custou 17 095,00 €


Como é possível uma obra destas ter tamanho custo???

a coisa ainda se torna mais estranha quando foi largamente noticiado pelos órgãos de informação da C.M.Oeiras (e não só) que o custo da obra era de  93 mil euros e ao se verificar a base de dadosde ajustes directos camarários se descobre que os montantes envolvidos para a criação da obra são de 28.800 euros atribuídos em 19-08-2009 com o N.º Procedimento Ajuste Directo :79523 que podem consultar clicando AQUI.
Se somarmos este valor aos 17.095 euros para assentamento da sapata ficamos com um montante de 45.895 euros montante que é menos de metade do que supostamente foi gasto com a dita estátua.
Ora tudo isto me parece muito fora do regular e só mesmo quem não quer é que não vê, que, há algo de estranho nestas contas. Onde é que foram gastos os restantes dinheiros atribuídos ? No transporte da obra? Na festa de inauguração? Ou há mais alguma despesa no montante de mais de 45.000 euros que eu não me recorde?



Quero lembrar que antes da inauguração da nova estátua no mesmo parque urbano a dos "doutores da Igreja",  “O Cisne”  foi mudado de lugar cerca de 30 metros, obra que presumo que tenha custado pelo menos o mesmo que foi pago em 2009 pelo assentamento da sapata de sustentação... pergunto a mim próprio tantas vezes quando visito este parque o porquê destes despesismos quando a localidade carece de tanta infraestrutura social e desportiva? é algo quase a tocar as raias do chocante, a falta de orientação camarária em prol das pessoas e do bem estar.
 Adoro arte e até que gosto de algumas das obras colocadas em Miraflores... mas olhando eu para o estado da localidade e do concelho penso que é por ai que se tem de começar a cortar e a orientar esses dinheiros em prol das pessoas, penso muitas vezes nas coisas que se poderiam fazer com o dinheiro gasto até agora com esse dito  “O Cisne”  em Miraflores, e cada vez mais me convenço que é dinheiro muito mal investido, não vos parece?
Quer-me parecer que este não é o canto do Cisne que ecoa do brasão Municipal desde a sua fundação, que arrasta consigo a historia digna dos seus habitantes ao longo dos tempos, nem me parece trazer ventos de "espírito claro e límpido do homem" como pretende evocar a obra... muito pelo contrario, o canto deste Cisne é outro e não traz boas novas.




A dita estátua na sua nova localização junto á esplanada 







quinta-feira, 19 de abril de 2012

Rua Monsenhor Manuel Teixeira... porquê ???

A rua em questão fica nas traseiras deste prédio 



A rua Monsenhor Manuel Teixeira

Não fica em Macau, onde viveu quase toda a vida, em Freixo de Espada à Cinta, onde nasceu, nem em Chaves, onde morreu. Ficará em Lisboa, onde há tradição de homenagear as principais figuras nacionais?

Não, a única rua com o nome de Monsenhor Manuel Teixeira fica no lugar de Miraflores, freguesia de Algés, concelho de Oeiras e eu pergunto porquê?

A iniciativa partiu, de acordo com o chefe da divisão de cultura e turismo da Câmara de Oeiras, Manuel Machado, de “um grupo de macaenses ou portugueses com ligações a Macau e residentes em Oeiras (civis e militares), que fez uma sugestão inicial (mas informal) sobre a possibilidade de incluir o nome desta personalidade na toponímia oeirense, sugestão essa a que depois a câmara deu a devida continuidade”.

Manuel Machado adianta ainda que “a proposta de atribuição de toponímia relativa a Monsenhor Manuel Teixeira foi aprovada em reunião de câmara em 25 de Julho de 2007, sob proposta de deliberação nº 923/07”.

Na consulta ao documento de proposição, percebe-se que a justificação se deve ao curriculum de missionário e historiador de Monsenhor Manuel Teixeira.

É uma rua larga, sobretudo de habitação (e alguns escritórios), prédios altos, numa zona cara de Algés, que quanto a mim merecia que pela primeira vez fosse dado o nome de alguém de relevo para a localidade como por exemplo o sr Peña Michó  o verdadeiro impulsionador do projecto Miraflores Lux a essa dita rua.
 Não pretendo aqui contestar a notoriedade do Monsenhor Manuel Teixeira e se ele merece ou não o nome de uma rua em Portugal, contesto sim o critério de atribuição dos nomes que se desenquadram de todo da historia da localidade e da Freguesia.
Uma localidade é algo vivo, que traz sempre um pouco de historia atrás de si, essa historia local é importante de preservar, nada melhor que atribuir o nome de uma rua a alguém de relevo para a localidade para que fique para sempre na memoria das pessoas, e para que o seu nome viva a cada leitura. O   Monsenhor Manuel Teixeira a mim não me diz nada, a mim e provavelmente a todos os que irão ler estas linhas,o seu nome estaria sim muito bem numa rua de Macau, de Freixo de Espada à Cinta ou de Chaves (nomes associados á vivência da personalidade), em Miraflores o seu nome não irá fazer qualquer sentido, nada mais do que apenas um nome numa pedra, nome esse que poderia até ser um numero tanta será a importância que lhe irão dar.
 Penso que chegou a hora de fazermos o mesmo do que este intitulado " grupo de macaenses ou portugueses com ligações a Macau e residentes em Oeiras" fez, propor que seja feita a atribuição de toponímia relativa a uma personalidade ligada á localidade nas novas ruas que irão brevemente surgir em Miraflores, eu sugiro o nome do sr Peña Michó para essa proposta. Gostaria imenso de saber a vossa opinião quanto a este assunto que me parece importante.


Baseado num artigo do sitio http://paragrafopontofinal.wordpress.com/


Quem foi o Monsenhor Manuel Teixeira



O monsenhor Manuel Teixeira foi um famoso historiador português de Macau e um sacerdote católico. Ele viveu grande parte da sua vida em Macau e contribuiu bastante nas áreas de missionação, de educação e do estudo da história. Deixou uma grande quantidade de informação valiosa sobre a História daquela terra e sobre a História da Diocese de Macau. O seu trabalho e empenho foram reconhecidos pelas sociedades de Portugal.

Nascido em Freixo de Espada à Cinta, Trás-os-Montes, em 1912, após a conclusão da instrução primária na sua terra natal, partiu para Macau, onde ingressou no Seminário de S. José. Foi na Igreja do Seminário de S. José que ele recebeu a Ordem sacerdotal no dia 29 de Outubro de 1934. Nesse mesmo ano, tornou-se pároco de S. Lourenço, cargo que desempenhou até 1946.

Aos 22 anos, começou a dirigir o “Boletim Eclesiástico da Diocese de Macau” e, sob a sua direcção, que durou 13 anos, o Boletim tornou-se numa publicação internacionalmente conhecida, graças também ao importante contributo de outras pessoas prestigiosas como José M. Braga e Charles Ralph Boxer.

Em 1942, fundou a revista mensal “O Clarim” e foi também co-fundador do semanário “União”. Nas décadas de 70 e 80, foi director dos “Arquivos de Macau” e do “Boletim do Instituto Luís de Camões”.

Entre 1932 e 1970, ele foi também professor no Seminário de São José, no Colégio de São José, na Escola Comercial Pedro Nolasco e no Liceu Nacional Infante D. Henrique.

Em 1948, parte para Singapura como missionário e Vigário Geral das Missões Portuguesas de Singapura e Malaca. Lá, organizou várias instituições religiosas e fundou a revista de língua inglesa “Rally”.

O Padre Manuel Teixeira foi um importante e reconhecido historiador de Macau e empenhou-se tanto que publicou 123 livros de investigação histórica. Foi também um importante investigador da presença portuguesa no Oriente. Recebeu em 1981 e 1983, respectivamente, o prémio de História da Fundação Calouste Gulbenkian pelas suas obras “Os Militares em Macau” e “Toponímia de Macau”.

Em 1982, devido à sua popularidade, foi proclamado Figura do Ano em Macau. Em 1984, instituiu a "Fundação Padre Teixeira", um fundo de apoio aos estudantes pobres de Macau e cujo capital excede já o montante de 600 mil dólares de Hong-Kong.

Regressou a Portugal a 16 de Maio de 2001, onde morreu a 15 de Setembro de 2003, aos 91 anos, em Chaves.